O crescimento da procura por crédito por parte dos consumidores está perdendo força. Dados da Serasa Experian mostram que, em outubro, essa alta foi de 5,6% em comparação ao mesmo mês de 2020. Esse é o menor percentual de expansão desde o início do ano. O aumento da inflação, que supera os 10% ao ano, e as sucessivas altas na Selic, que está em 7,75% ao ano, são as principais variáveis que explicam o desaquecimento na demanda por crédito, explica o economista Luiz Rabi, da entidade. “Com o poder de compra reduzido sobra menos espaço para financiamentos no orçamento das famílias."
As maiores altas estão no Norte e no Nordeste, onde a demanda cresceu mais de 10% em relação a outubro do ano passado. E, também, entre os consumidores que ganham até R$ 1.000 por mês.
Segundo o economista, o aumento na inflação encareceu a vida dos consumidores que, esgotando seus recursos fixos mensais, precisam utilizar as linhas de crédito para custear compromissos fixos essenciais. “No entanto, a alta da taxa Selic também aumentou o acesso ao crédito. Por isso, embora as pessoas continuem precisando desse recurso, outubro registrou o menor percentual do ano.”
Rabi observa um crescimento mais forte em linhas de crédito emergenciais, como cheque especial, rotativo e empréstimo pessoal. E, na atual conjuntura, ele acredita que a tendência é de alta na inadimplência, principalmente após janeiro. “O desemprego está alto, a economia em baixa e, tradicionalmente, no início do ano há mais despesas.”
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