Boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica aponta para uma queda significativa do desmatamento no bioma. Os dados divulgados hoje (27) revelam uma redução de 42% na devastação nos primeiros cinco meses do ano, desde a troca de governo de Jair Bolsonaro (PL) por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A área total de degradação foi de 7.088 hectares, contra 12.166 no mesmo período de 2022.
Também tiveram impacto nos dados deste ano os desastres naturais. O município com maior número de degradação foi São Sebastião, no litoral paulista. A cidade, no início do ano, foi alvo de chuvas históricas, as maiores já registradas no país. Por isso, uma série de deslizamentos tiveram um efeito negativo no índice. As chuvas também pioraram os índices do estado de São Paulo. Também apresentaram dados negativos Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas.
Por outro lado, os estados que apresentaram maiores quedas foram Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina. Ironicamente, estes foram os estados com maiores áreas desmatadas, mas também contaram com as maiores reduções em comparação com o ano anterior.
Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica. Já as análises ficaram por conta do Mapbiomas e do SOS Mata Atlântica.
Meio ambiente em foco
Entre os pontos de preservação importantes na região está uma série de vetos de Lula a uma Medida Provisória (MP) de autoria de Bolsonaro. A MP previa uma série de desregulações que causariam maior devastação. “Hoje é um dia dedicado à vida e à harmonia com o meio ambiente. Uma vida que sonhamos e podemos ter, se acordarmos a tempo desse pesadelo coletivo de egoísmo e ganância que coloca em risco a sobrevivência de toda a humanidade”, disse Lula, no ato de veto.
“Esse veto é extremamente importante, porque reafirma o compromisso do nosso governo com o desmatamento zero, com o meio ambiente e sobretudo na defesa do bioma Mata Atlântica, que precisa agora de restauração, e não mais de desmatamento”, afirma a diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro.
A retomada das políticas públicas de preservação tem um braço importante na fiscalização, como explica Marcos Rosa, coordenador técnico do Mapbiomas, em entrevista ao G1. “O Ministério Público e a Operação Mata Atlântica em Pé têm fiscalizado bastante nesses estados (que mais desmatam). No Paraná, a gente tem tem tido notícias de fiscalização do Instituto Água e Terra, do Paraná (IAT), bastante em parceria com o Ibama”.
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