O número de pessoas que trabalham por conta própria no Brasil chegou a 25,9 milhões no 4º trimestre de 2021. Desses, 19,5 milhões de trabalhadores executam suas atividades sem CNPJ. Os dados são do FGV Ibre.
A faixa de pessoas que atuam por conta própria foi responsável por 35,2% do incremento da população ocupada no último ano.
A pesquisadora da FGV Ibre e autora do estudo, Janaína Feijó, afirma que as pessoas que estão trabalhando por conta própria sem CNPJ ficam “mais vulneráveis” e tendem a estar em “serviços mais vulneráveis, e que apresentam oscilações na renda“.
Do total da população ocupada no Brasil, os que trabalham por conta própria representam 27,1%. Ou seja, 3 em cada 10 brasileiros.
Quando se trata da composição gênero-racial, percebe-se que a maioria dos brasileiros que trabalham por conta própria sem CNPJ são homens pretos/pardos (40,9%). Já a maioria dos autônomos com CNPJ são homens brancos/amarelos (36,2%).
A taxa de mulheres negras/pardas trabalhando por conta própria cresceu 23,1%, atingindo o maior nível da série histórica, com 933 mil pessoas. No entanto, as mulheres negras atualmente representam apenas 14,6% de todos com CNPJ, enquanto entre os sem CNPJ, esse percentual é 18,5%.
Em níveis de escolaridade, 54,7% do total dos que trabalham por conta própria sem CNPJ tem menos do que o ensino médio completo como formação. Os que possuem ensino superior nessa categoria são 10,6%. E 34,7% tem ensino médio completo ou superior incompleto.
Já no segmento dos que tem CNPJ, apenas 26% tem menos do que o ensino médio completo. Os que tem ensino médio completo ou superior incompleto chegam a 43%, e os com nível superior representam 31,1%.
No cenário geral, 47,6% têm menos do que o ensino médio completo. São 36,7% que tem ensino médio completo ou superior incompleto. Só 15,7% tem ensino superior completo.
Eis a íntegra (266 KB) do estudo feito pela pesquisadora Janaína Feijó.
A autora do estudo avalia que a tendência é que os números de pessoas que trabalhem por conta própria no Brasil siga crescendo, não ascendente como nos últimos anos, mas crescente. Segundo ela, as pessoas estão buscando horários mais flexíveis de trabalho.
“Há também uma tendência mundial de trabalhadores autônomos que conseguem adequar melhor a sua vida com a jornada de trabalho” afirmou.
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