Apesar de ainda estar aquém das expectativas do setor industrial, o Brasil avançou três posições em relação a 2021 e aparece em 54º no ranking do Índice Global de Inovação (IGI), divulgado nesta quinta-feira (29) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em um recorte mais específico, no ranking de “insumos de inovação”, o país caiu duas posições (de 56º, em 2021, para 58º em 2022). No entanto, mesmo assim a melhora no ranking geral foi obtida com o avanço do Brasil em seis posições em “resultados de inovação” – de 59º em 2021, para 53º em 2022.
“Isso quer dizer que, em relação aos investimentos em inovação, o Brasil piorou. Entretanto, é como se os agentes do ecossistema brasileiro tivessem feito mais com menos e obtido melhores resultados em inovação, apesar da queda nos insumos/investimento”, analisa a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.
O índice reúne 132 países e existe desde 2007. Os dez mais bem colocados em 2022 são: Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Holanda, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Finlândia e Dinamarca. A melhor marca do Brasil no IGI foi atingida em 2011, quando ficou na 47ª posição. Dentre os países da América Latina, o Brasil ficou atrás somente do Chile, que aparece na 50ª posição.
De acordo com a avaliação da CNI, o IGI é uma referência na avaliação da inovação para formulação de políticas econômicas. “A publicação ajudará a orientar as ações dos setores público e privado voltadas para um crescimento impulsionado pela inovação, promovendo e apoiando políticas científicas, tecnológicas e de inovação em nosso país”, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Em nota, a CNI analisa que “a falta de uma política pública consolidada para a inovação gera insegurança e atrasos ao setor”. “Um dos exemplos é a edição da Medida Provisória nº 1.136, de 29 de agosto de 2022, que limita o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fonte de financiamento à inovação do país. A MP fixa que o FNDCT poderá aplicar somente R$ 5,555 bilhões em 2022, ou seja, cerca de R$3,5 bilhões a menos do inicialmente previsto.”