A proposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) em compensar os Estados para zerar impostos sobre os combustíveis não foi bem recebida pela classe dos caminhoneiros. Em nota, a Abrava (Associação brasileira de Condutores de Veículos Automotores) afirmou que o governo tenta resolver um problema “complexo” com uma “solução tabajara”.
“O presidente Bolsonaro está preocupado com sua reeleição, os caminhoneiros e o povo brasileiro estão preocupados em colocar comida na mesa de suas famílias, não vemos luz no fim do túnel. O país vai parar!!”, diz o documento, assinado pelo presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão. Eis a íntegra da nota (106 KB).
Chorão foi um dos líderes dos caminhoneiros autônomos responsáveis pela greve de 2018. Nos últimos meses, vem fomentando uma possibilidade de greve da categoria diante o aumento do preço dos combustíveis.
O presidente Bolsonaro fala em compensar os Estados para zerar os impostos que incidem sobre diesel e gás até dezembro de 2022. O governo quer também zerar PIS/Cofins e Cide sobre a gasolina e o álcool.
A proposta foi anunciada na 2ª feira (6.mai.2022) com os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em reunião no Palácio do Planalto – ambos estavam ao lado do presidente no pronunciamento.
Chorão afirma que retirar a arrecadação do ICMS dos Estados é como “tomar dinheiro do vizinho para pagar uma conta da minha casa”. O caminhoneiro afirma que foi irresponsabilidade que levou o país a esta situação.
“A isenção de Pis, Cofins e da Cide representam 6% na composição do preço do diesel, não refresca em nada na vida do caminhoneiro, e não resolve a inflação que está matando o povo mais pobre de fome”, afirma. “Os preços dos combustíveis vão continuar subindo, o problema não está sendo enfrentado, esse movimento é só um paliativo para aumentar o diesel novamente.”