Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes mostram sinais de queda ou de interrupção do crescimento em diversos estados do país. É o que aponta o novo boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (8), com dados entre 28 de agosto e 3 de setembro.
Coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes explica que os exames laboratoriais não sugerem que os casos de SRAG foram causados pela Covid-19 nesse público.
“Por se tratar de crescimento restrito ao público infantil, temporalmente associado ao retorno escolar após o período de férias, é possível que esse crescimento esteja ligado a vírus respiratórios comuns ao ambiente escolar”, destaca.
Ampliando os dados para todas as faixas etárias, a Fiocruz indica que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave apresentam uma tendência de queda no longo prazo (últimas seis semanas) e também no curto prazo (últimas três semanas).
Apenas sete das 27 unidades federais mostram sinais de crescimento no longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Piauí e Roraima, sendo que em todos eles, o aumento se concentra na faixa etária entre zero e 17 anos.
Segundo o levantamento do Infogripe, nas últimas quatro semanas epidemiológicas (meados de agosto até início de setembro), dos pacientes identificados com SRAG, 68% foram contaminados pelo coronavírus, 6,5% pelo vírus sincicial respiratório, 3,4% pela influenza A e 0,2% pela influenza B. Já entre as mortes, a Covid-19 é responsável por 93,4%.