As crianças e os adolescentes são as principais vítimas ocultas da pandemia de coronavírus, aponta um relatório produzido por órgãos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Atingidos por restrições educacionais, alimentares e de renda, esses jovens sofreram impactos que podem perdurar por toda a vida, aponta o estudo.
O documento diz que há uma crise sem precedentes na educação e defende o reforço de programas sociais para fazer frente aos efeitos negativos da pandemia. Aponta ainda que famílias com crianças e adolescentes tiveram queda de renda mais intensa no período.
Publicado nesta quarta-feira (29), o relatório foi produzido pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a Opas (Organização Pan-americana da Saúde).
"Embora não tenham sido considerados como grupos de risco direto no início da pandemia, crianças e adolescentes têm sofrido impactos que podem perdurar durante toda a vida, ampliando as desigualdades existentes", diz o documento.
A avaliação é que a pandemia aumentou as desigualdades e seus efeitos sociais, econômicos e de saúde. Esses resultados serão sentidos pelos próximos anos, com impacto especialmente sobre os mais jovens.
Dados do Unicef apontam que em outubro de 2020, o Brasil tinha 5,5 milhões de jovens sem direito à educação, seja por não estarem na escola remota ou presencialmente, seja por não terem recebido nenhuma atividade escolar.