Com os centros de treinamento e estádios ainda tomados pela água, Grêmio e Inter não conseguem avaliar os estragos e possíveis perdas em suas instalações em Porto Alegre. Os dois clubes seguem com atividades suspensas e deixam o futebol em segundo plano diante do cenário de tragédia no Rio Grande do Sul.
O CT Luiz Carvalho, do Grêmio, segue afetado pela inundação. Sem condições de operar, o local também não tem recebido visitas. Porém, a informação preliminar é de que a água não atingiu a estrutura do prédio e não afetou os equipamentos da academia e do departamento médico, por exemplo. Portanto, os campos devem ser o prejuízo maior.
As imagens mostram o solo coberto pela água das enchentes. Os dois gramados em tamanho oficial e os menores, suplentes, usados para aquecimento e trabalhos complementares, darão prejuízo e levarão um tempo considerável para serem recuperados e voltar a estar em condições de serem usados.
Já a Arena do Grêmio dificilmente voltará ao funcionamento normal em menos de 30 dias. A projeção foi feita pelo próprio presidente do clube, Alberto Guerra, em entrevista ao programa Tá na Área, do sportv, na última terça-feira. A casa tricolor também teve o campo completamente coberto pela água.
– Não tem como pensar em futebol num espaço curto, 15, 20 dias. Depois vamos ver as condições dos estádios, não acredito que na Arena e Beira-Rio vamos conseguir mandar jogos em menos de um mês – declarou.
Do lado colorado, a realidade é a mesma. O CT Parque Gigante foi igualmente engolido pelas águas e não reúne condições de qualquer prática no momento. O Inter marcou retorno aos treinos na próxima segunda-feira dia 13, mas com possibilidade de rever a data.
O Beira-Rio também ficou submerso. O clube realizava o ajuste final da troca para a grama de inverno e precisará avaliar as condições do campo do estádio. Antes de cancelar os treinos desta semana, o time chegou a realizar atividades no estádio, assim que o CT ficou indisponível.
O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, falou no programa Seleção sportv na quarta-feira. Questionado se já conseguia projetar o tamanho do prejuízo da estrutura do clube, o mandatário colorado negou. "Ainda está tudo embaixo d'água", nas palavras dele.
– O mais importante agora é o patrimônio da vida, tirar as pessoas dessa situação. São consequências que serão levantadas depois, do ponto de vista material. O complexo Beira-Rio, nosso CT, estruturas todas tomadas por água, uma situação que ainda não nos permitiu fazer esse levantamento – acrescentou.
Sem pensar em futebol, as prioridades de Grêmio e Inter são outras. Os trabalhos têm sido voltados a dar suporte para quem foi afetado pela tragédia, o que inclui funcionários e jogadores dos dois clubes. Além disso, alguns atletas estão na linha de frente no auxílio às vítimas. Os goleiros Caíque e Rochet, o volante Thiago Maia e o centroavante Diego Costa são exemplos.
Somente quando as cheias em Porto Alegre baixarem e o cenário da população começar a se reorganizar, será possível iniciar uma avaliação em torno das estruturas dos dois clubes. Num primeiro momento, os jogos dos times gaúchos estão suspensos pela CBF até 27 de maio.
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