Em todo o estado haverá diversas ações para relembrar a violência de 1988 e de denúncia dos ataques que continuam acontecendo contra a categoria pelo atual governador Ratinho Junior (PSD). Em cada escola, haverá a mobilização Plataforma Zero.
O ato que acontecerá hoje em Curitiba trará a lembrança do dia em que educadores tiveram seu direito de greve e livre manifestação violada. No Centro Cívico, enquanto os educadores reivindicavam melhores condições de trabalho e justo salário foram acometidos por ordem de Álvaro Dias, pela polícia militar com cavalos, cães e bombas.
O movimento da educação na data histórica irá reunir professores e agentes de todas as regiões do estado. A categoria exige a retirada do desconto previdenciário imposto aos aposentados sem paridade e a reformulação da tabela salarial dos funcionários de escola.
O massacre contra os educadores apenas mudou de forma ao longo dos anos. Ratinho Junior promove o desmonte da escola pública no Paraná, com a precarização do trabalho, terceirização, privatização e retirada de direitos conquistados. O calote salarial chega a quase 40% de defasagem.
A desvalorização dos trabalhadores da educação inclui a falta de concurso público para completar o quadro necessário. Há uma defasagem de mais de 20 mil professores, sendo que o governo, depois de anos, teve a audácia de realizar uma seleção para apenas mil profissionais.
Dados da pesquisa
Em pesquisa da APP-Sindicato com o Instituto de Pesquisa de Opinião (IPO), 72% dos educadores afirmam que suas escolas não têm equipamentos em quantidade suficiente para atender às metas de uso estabelecidas pela Secretaria de Estado da Educação.
Boa parte das salas de aula é lotada, com 40 alunos dividindo 20 computadores, a metade do necessário. Além disso, 70,7% dos educadores dizem que a qualidade da conexão e de acesso é de má qualidade.
A pesquisa também apontou, além da falta de estrutura das escolas, a sobrecarga e o adoecimento da categoria. Educadores trabalham sob ameaças para o cumprimento de metas impostas pelo governo.
De acordo a presidente da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista: “é por isso que, neste dia histórico de luto e luta, convocamos a categoria a mobilizar-se em cada escola, deixando de utilizar a plataforma, que é um mecanismo de controle sobre nós, o 30 de agosto será nas ruas e nas escolas”, completa.
“O governo precisa entender que o modelo apresentado por ele produz impactos negativos na saúde física e mental”, reforça. “Principalmente, porque nem os alunos nem os educadores conseguem cumprir as metas exigidas”, frisa Janete.
A APP reitera ser a favor de recursos tecnológicos aplicados na educação. “Somos contra a centralidade que eles tomaram e seu uso obrigatório como forma de pressão e controle”, reforça Janete Batista.
As plataformas precisam ter a finalidade de facilitar a atuação do educador, auxiliando o trabalho pedagógico, contribuindo com o processo de humanização, com autonomia do seu uso pelos educadores. Hoje, Ratinho Junior faz a substituição do papel dos educadores pelas máquinas.
Ações no dia 30 de agosto
As ações que foram aprovadas pela assembleia estadual da APP, os educadores marcharão para relembrar, reivindicar e denunciar:
– Marcha em defesa da educação, com as seguintes reivindicações:
1. Plataforma Zero – Desligue as máquinas, em todas as escolas com a não utilização dessas ferramentas que hoje representam uma das formas de violência pela coação e de adoecimento por causa da pressão unicamente por resultados questionáveis.
2. Retirada do desconto previdenciário.
3. Reajuste de 13,25% para os aposentados.
4. Denúncia contra as atuais violências do governo estadual sobre a educação e os educadores.
5. Valorização e reformulação da tabela salarial dos funcionários de escola.
– Ato de representação em Curitiba, na ALEP e SEAP.
– Mobilização e campanha nas redes sociais com as hashtags #30deAgostoNuncaMais e #PlataformasZero.
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