Para 54% dos brasileiros, o país está isolado do resto do mundo, enquanto 52% das pessoas acreditam que o Brasil não se desenvolve por "sempre mudar de rumo".
Em compensação, 70% acham que "o brasileiro é capaz de fazer qualquer coisa quando se une" — e que essa é a principal força do país.
Estes são alguns dos dados da pesquisa "Branding Brasil - O valor que o país gera", produzida pela agência Ana Couto e que será apresentada hoje (24), em São Paulo.
Qual o principal objetivo do estudo? A pesquisa tem como principal objetivo conhecer a percepção dos brasileiros sobre o Brasil atual — e se o país tem gerado bons valores como "marca".
Quais outros dados relevantes da pesquisa? A vontade de deixar o Brasil também foi destaque na pesquisa. Para 56% dos jovens de 16 a 20 ouvidos pelo estudo, o Brasil não é o lugar ideal para viver. De maneira geral, 48% dos entrevistados deixariam o país se tivessem oportunidade.
"O Brasil é a eterna criança prodígio. Mas quando que o país vai deixar de ser o país do futuro? O brasileiro, hoje, não enxerga o país como tendo impacto positivo no mundo", diz Igor Cardoso, sócio e diretor de planejamento da agência.
Qual seria o país ideal para o brasileiro? Para o pesquisador Rodrigo Scherrer, um dos coordenadores do estudo, o país ideal dos entrevistados teria educação e saúde, sem corrupção.
"Isso seria o ponto de partida de qualquer país. Mas, para a gente, é um sonho. O poder de mobilização, hoje, é muito frágil. O brasileiro não se sente inspirado a mudar nada. Independente do ciclo político, quais é o pacto social como nação?", declara Scherrer.
O brasileiro tem saudade dos seus símbolos? Apesar da vontade de deixar o país, o estudo aponta um sentimento compartilhado pelos brasileiros: a saudade de usar símbolos do país no cotidiano.
58% dos entrevistados concordam que "sentem saudade de usar algo com as cores do Brasil". Segundo os pesquisadores, os símbolos não perderam a sua força —mas parte da população simplesmente não usa mais as cores do Brasil no seu dia a dia.
Como foi feito o estudo? Foram realizadas pesquisas, utilizando metodologias complementares: 5 comunidades de discussão online, com 150 participantes ao todo; escuta de redes sociais, com análise de mais de 600 mil tweets, e um estudo quantitativo, com 2.500 entrevistados de todo o Brasil.
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