O Oeste do Paraná é a região do Brasil responsável por concentrar a maioria dos casos de ferrugem asiática da soja verificados até agora. É o que mostra o mapa do Consórcio Antiferrugem, fruto de uma parceria público-privada. As primeiras ocorrências, notificadas a partir do fim de novembro, já atingem as cidades de Terra Roxa, Corbélia e Londrina. As plantas apresentam sintomas nestes lugares e são caracterizadas no mapa como pontos vermelhos em lavouras comerciais.
REDE DE ALERTA
As condições climáticas verificadas nos últimos dias têm contribuindo para o desenvolvimento da ferrugem asiática. “Chuvas frequentes e umidade mais elevada é favorável para a ferrugem, juntamente com a presença de plantas desenvolvidas no campo”, comenta Possamai. “Diante disso, já orientamos os produtores a ficar em alerta, com base nas informações regulares da Rede Alerta Ferrugem, do Consórcio Antiferrugem e do monitoramento das lavouras. Dependendo da situação, o melhor é já realizar a intervenção química nessas propriedades”.
Não há métodos curativos para a ferrugem, ou seja, é importante que as ações sejam feitas de forma preventiva e esse monitoramento do Alerta Ferrugem, identificando o momento de chegada da doença, permite que o agricultor não aplique antecipadamente os defensivos agrícolas sem necessidade, gerando desperdício de tempo e de recursos. Também evita de o produtor fazer a aplicação de forma atrasada, fazendo com que comprometa a produtividade de sua lavoura.
O IDR-Paraná tem uma rede Alerta Ferrugem da soja e na safra 2022/2023 foram instalados mais de 200 coletores em todo o Paraná. Segundo Possamai, a rede Alerta Ferrugem já tinha capturado esporos de ferrugem-asiática após o dia 28 de outubro de 2022, nestas duas regiões, como um indicativo da doença no ambiente, e agora confirmado pelas plantas infectadas.
O acompanhamento das ocorrências no Brasil pode ser feito no site do Consórcio Antiferrugem, que reúne informações sobre a ocorrência da doença em todos os estados brasileiros. O site do Consórcio já havia registrado a ocorrência da doença em soja voluntária no Paraná e no Rio Grande do Sul. Por isso, a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, entende ser importante manter as lavouras protegidas próximas as regiões onde já houve a confirmação da doença, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa.