No Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quinta-feira (1°), o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional para reforçar e conscientizar sobre a prevenção do HIV/Aids. Desta vez, o foco são jovens de 15 a 24 anos, população mais afetada, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022. Em 2021, a ocorrência de novas infecções pelo HIV em mulheres entre 15 e 34 anos – idade reprodutiva- representou 45,6% dos casos.
Segundo o novo boletim, também divulgado hoje, há maior concentração dos casos de Aids em pessoas com idade entre 25 e 39 anos: 51,7% dos casos do sexo masculino e 47,4% dos casos do sexo feminino pertencem a essa faixa etária.
O mesmo documento aponta que houve queda de 24,6% no coeficiente de mortalidade por Aids padronizado, que passou de 5,6 em 2011 para 4,2 óbitos por 100 mil habitantes em 2021, apesar do provável impacto da pandemia de covid-19 no coeficiente de mortalidade do último ano.
Na avaliação da pasta, esse cenário torna muito importante a disseminação de informações sobre o uso combinado de novos métodos de prevenção, como as profilaxias pré e pós exposição (PrEP e PEP). Em 2022, com a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), a recomendação da profilaxia foi atualizada para todos os adultos e adolescentes com mais de 15 anos sob risco de infecção, ampliando o acesso.
A estratégia também prioriza a promoção do uso de preservativos e do incentivo à testagem regular, fundamental para a detecção precoce do vírus entre a população mais jovem. Com objetivo em reduzir a mortalidade por Aids foram elaboradas diversas estratégias para qualificação do cuidado e fortalecimento da rede de atenção e às pessoas com Aids Avançada, com a incorporação de novos insumos para detecção de infecções oportunistas.
Transmissão vertical
O boletim do Ministério da Saúde aponta que a taxa de detecção da Aids em menores de cinco anos apresentou queda nos últimos 10 anos, passando de 3,4 casos a cada 100 mil habitantes em 2011 para 1,2 casos a cada 100 mil em 2021, o que corresponde a uma redução de 66%. Já a taxa de detecção de HIV em gestantes aumentou 35% no mesmo período.
Para redução da transmissão vertical, o Ministério da Saúde investe na qualificação do cuidado, acompanhamento e detecção precoce da doença. A estratégia Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical fortalece as gestões locais do SUS para aprimorarem ações de vigilância, diagnóstico, assistência e tratamento das gestantes, além da capacitação de profissionais de saúde.
No mês que vem, está prevista a distribuição de um medicamento, o dolutegravir 5 mg, para crianças vivendo com HIV/Aids com mais de quatro semanas de vida.