A Índia, um dos maiores consumidores de petróleo do mundo, deve ampliar a compra de petróleo e de biocombustíveis do Brasil. A estimativa foi dada pelos representantes do governo indiano após encontro com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, realizado na quinta-feira (21), em Nova Delhi. “Discutimos as principais áreas de cooperação nas cadeias de valor energético, incluindo a intensificação do comércio bilateral de hidrocarbonetos e colaboração mutuamente benéfica no setorde biocombustíves”, declarou o ministro do Petróleo e Gás Natural indiano, Hardeep Sing Puri.
O ministro de Minas e Energia realiza visita oficial à Índia acompanhado de membros do ministério das Relações Exteriores, da Economia, da Empresa de Pesquisa Energética e de lideranças empresariais brasileiras dos setores de biocombustíveis, automotivo, petróleo e gás. “Expressamos ao ilustre ministro que estamos dispostos a aumentar o nosso petróleo do Brasil repetidas vezes", disse Puri à Reuters, afirmando ainda que as empresas indianas também devem ampliar os investimentos no país.
Em nota, o ministério brasileiro afirma que os encontros realizados confirmam a convergência de interesses público-privados de ambos os lados, bem como a determinação de trabalhar para o aprofundamento da cooperação entre a Índia e o Brasil no setor de energia, em particular em biocombustíveis e motores flex fuel de última geração.
“A Índia é o quinto parceiro comercial do Brasil e importante fonte de investimentos no setor de energia do país. O petróleo é o principal produto exportado pelo Brasil para a Índia (42% do total exportado), enquanto combustíveis, em especial o óleo diesel, representam cerca de 20% do que o país importa da Índia”, diz a pasta.
Em declaração conjunta após o encontro, Brasil e Índia afirmaram que o encontro lança as bases para uma Aliança Brasil-Índia em Bioenergia e Biocombustíveis, elevando as relações e a cooperação nestes importantes setores a um novo patamar. “Os Ministros comprometeram-se também a trabalhar para fortalecer a cooperação entre os setores privados sucroenergético e automotivo dos dois países, com vistas à consolidação não apenas dos respectivos mercados domésticos, mas de um mercado global de biocombustíveis sustentáveis e veículos com motores “flex-fuel” e híbridos”, diz o comunicado.
“Concordaram ainda em trabalhar conjuntamente para posicionar a bioenergia e os biocombustíveis sustentáveis como parte das soluções para a transição energética global, especialmente em transporte, indústria e outros setores de difícil descarbonização, como os transportes aéreos e marítimos.”
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