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Inflação de 1,06% é a maior para abril desde 1996; em 12 meses, é de 12,13%

Setores de alimentação e bebidas, com alta no consumo em domicílios, e transportes, com gasolina subindo 2,48% impulsionaram resultado

Inflação de 1,06% é a maior para abril desde 1996; em 12 meses, é de 12,13%
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Puxado pelos alimentos e combustíveis, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou abril em 1,06%, maior resultado para o mês em 26 anos, desde 1996 (1,26%). Na comparação com março, quando o índice ficou em 1,62%, houve desaceleração.

Em abril do ano passado, a variação havia sido de 0,31%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 12,13%.

Os números estão muito acima da meta do Banco Central para a inflação neste ano, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.

Eles também vieram acima do esperado por analistas ouvidos em pesquisa da agência de notícias Reuters, que apontaram inflação de 1% em abril e de 12,07% em 12 meses.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Alimentos sobem em supermercados e restaurantes.

Os principais impactos do mês vieram de alimentação e bebidas, que tiveram a maior variação (2,06%) e o maior impacto (0,43 ponto percentual) no índice, e dos transportes, com alta de 1,91% e impacto de 0,42 ponto percentual. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.

Segundo o analista da pesquisa no IBGE, André Almeida, a alta de alimentos e bebidas foi puxada pelos preços dos alimentos para consumo em casa, comprados em supermercados, destaque para o leite longa vida (alta de mais de 10%), a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e carnes (1,02%).

Na alimentação fora de casa (0,62%), a refeição subiu 0,42%, após registrar alta de 0,6% em março. Já o lanche acelerou em abril, com alta de 0,98% frente ao 0,76% observado no mês anterior.

Alta do gasolina foi a que pesou mais no índice.

Nos transportes, a alta foi puxada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis (3,2%), assim como no mês anterior, com destaque para gasolina (2,48%), produto com maior impacto (0,17 ponto percentual) no índice do mês.

"Gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular.  André Almeida, analista da pesquisa do IBGE.

Ainda em transportes, destacam-se as altas das passagens aéreas (9,48%) e do transporte por aplicativo (4,09%). Os automóveis novos (0,44%) e as motocicletas (1,02%) seguem em alta, enquanto os automóveis usados (-0,47%) registraram queda após 21 meses seguidos de alta.

A aceleração do grupo de saúde e cuidados pessoais (1,77%) decorreu principalmente da alta nos preços dos produtos farmacêuticos. No dia 1º de abril, o governo federal formalizou o aval para um reajuste de 10,89% nos preços dos medicamentos no país.

Fim da taxa extra na conta de luz reduziu custos com energia.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em abril, só um registrou queda nos preços.

O grupo habitação apresentou variação negativa devido à queda nos preços da energia elétrica (-6,27%), graças ao fim da cobrança de taxa extra na conta de luz, em 16 de abril. A bandeira tarifária de escassez hídrica estava em vigor desde setembro do ano passado, acrescentando R$ 14,20 a cada 100 Kwh consumidos na conta de luz.

Por outro lado, também no grupo habitação, foram registradas altas no gás de botijão (3,32%) e no gás encanado (1,38%).

Veja abaixo como foi a inflação em abril

Alimentação e bebidas: 2,06%

Transportes: 1,91%

Saúde e cuidados pessoais: 1,77%

Artigos de residência: 1,53%

Vestuário: 1,26%

Despesas pessoais: 0,48%

Comunicação: 0,08%

Educação: 0,06%

Habitação: -1,14%.

Inflação atingiu todas as regiões pesquisadas

Todas as áreas tiveram variação positiva em abril.

A maior foi na região metropolitana do Rio de Janeiro (1,39%), onde pesaram as altas dos produtos farmacêuticos (6,38%) e da gasolina (2,62%).

A menor variação ocorreu na região metropolitana de Salvador (0,67%), onde houve queda nos preços da gasolina (-3,9%) e da energia elétrica (-3,41%).

Sobre o IPCA O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 31 de março e 29 de abril de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 26 de fevereiro a 30 de março de 2022 (base).

 

FONTE/CRÉDITOS: UOL
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