A média de internações por infarto mais do que dobrou no Paraná, em 15 anos. Em 2008, o registro foi de 4.629 internações, mas o número saltou para 9.979 no ano passado. Embora os infartos aconteçam mais entre os homens, o aumento entre as mulheres foi significativo no estado. Os dados são do levantamento feito pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com dados de 2008 a 2022, e publicado na semana passada.
O aumento de infartos no Paraná foi de 115,58% na comparação entre os anos. Entre as mulheres, o número saltou de 1.641 para 3.566. Entre os homens, o registro foi de 2.988 para 6.413. A incidência de infarto entre os homens continua maior, mas o aumento entre o público feminino foi de 117,31%, enquanto no público masculino foi de 114,63%.
Embora o número tenha crescido no Paraná, o estado foi o terceiro com menor alta no país. O Rio Grande do Sul foi o estado com menor registro de aumento, com 99,38%, e Minas Gerais foi o segundo, 115,47%. Em números absolutos, no entanto, o Paraná continua com menos internações por infarto do que os dois estados.
Na região sul, o levantamento do INC não contempla os números de Santa Catarina. No entanto, a média do Rio Grande do Sul é de 12.270 internações, enquanto que no Paraná é de 9.979. Portanto, sem o dados de Santa Catarina, o estado paranaense tem o menor número de internações por infarto na região sul.
De forma geral, o aumento de internações no país foi de 158,31%. A preocupação do INC é o aumento registrado em todos os estados do Brasil, independente da região. “O aumento da incidência de doença coronariana é nacional”, disse a Aurora Issa, Diretora do INC.
Mortes por infarto são 6% do total
De acordo com o Ministério da Saúde, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o Paraná registrou 48.139 mortes por infarto entre 2011 e 2020. Tendo em vista que o número de mortes neste período foi 724.452 no total, o infarto foi responsável por mais de 6% das mortes no estado, consolidando-se como a maior causa de falecimentos neste recorte de tempo.
No Brasil, de 2017 a 2021, 7.368.654 brasileiros morreram devido a doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no país. O Ministério da Saúde estima que anualmente ocorram de 300 mil a 400 mil casos de infarto e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito.
Envelhecimento é uma das causas
A Diretora do INC acredita que as possíveis causas do aumento geral de internações por infarto se deve ao envelhecimento da população e aumento da incidência da obesidade. Ela frisa que os cuidados contra o infarto precisam acontecer desde a alimentação até os hábitos mais simples.
Não fumar, se exercitar, ter uma dieta saudável e manter as consultas médicas em dia são formas de se proteger de problemas cardíacos como o infarto agudo do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco.
Como é feito
Método do levantamento do INC
O levantamento do INC foi realizado pelo Observatório de Saúde Cardiovascular no Sistema de Internação do DataSUS, do Ministério da Saúde. Todos os pacientes brasileiros do SUS são contabilizados no levantamento, seja em hospitais públicos ou privados que tenham convênio com o SUS. O número representa 75% dos pacientes do país.
O levantamento, ainda, classifica o paciente de acordo com a localização em que reside, e não a que foi atendido. Isso significa que se um paciente numa região com menos acesso a hospitais foi atendido em alguma capital, o registro ficará na cidade em que ele reside, e não na capital em que foi atendido. Isso ajuda na contabilização da incidência de doenças por região.
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