Apesar do corte no ICMS, que fez baixar o preço do diesel, e do voucher de R$ 1.000 que o governo vai dar aos caminhoneiros, representantes da categoria continuam insatisfeitos com a gestão de Jair Bolsonaro. A principal reclamação é que o preço dos combustíveis comercializados pela Petrobras se mantém atrelado ao dólar. Apesar disso, uma possível greve, cogitada pelo presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, não é unanimidade entre os sindicalistas.
"Não descartamos a paralisação dos caminhoneiros, mas não vou avisar a data", disse Chorão ao site Congresso em Foco.
Para o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, há um sentimento ruim quanto à possibilidade de paralisação da categoria. "Isso porque nas últimas tentativas que se fez o Estado atuou de forma bastante repressiva, seja em pesadíssimas multas, seja na presença do aparato policial", explica ele. Litti diz que o alto custo do combustível faz da greve uma permanente possibilidade, mas para acontecer depende da adesão de outros profissionais que sofrem com o mesmo problema, como os motoristas de aplicativo.
"Os R$ 1.000 (do voucher que o governo vai dar) é um desaforo, é uma tentativa de aproximação da categoria pelo que há de mais antigo, que é a tentativa de compra do cidadão com algo que não resolve, é uma esmola", acredita o dirigente da CNTTL.
O presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil, José Roberto Stringasci não acredita em paralisação agora. "Tão cedo não teremos esse tipo de mobilização, porque o caminhoneiro está muito endividado, a situação está complicada", explica o diretor da ANTB. "Quem está parando é porque bão consegue trabalhar mais".
Para Stringasci, os trabalhadores só vão tomar atitude se houver novos aumentos. "Se isso acontecer, a população de uma maneira geral vai se mobilizar, não apenas uma categoria profissional", acredita.
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