A Meta, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, divulgou nesta 5ª feira (19.mai.2022) a ampliação da ferramenta de anúncios de suas redes sociais para o Brasil.
As propagandas de temas sociais que possam impactar as eleições passarão pelas mesmas regras de transparência de assuntos políticos. As exigências começam a valer a partir do fim de junho.
A big tech definiu uma lista de temas sociais especifica para o Brasil:
direitos civis e sociais;
crime;
armas;
economia;
educação;
política ambiental;
saúde;
imigração;
valores políticos e governança;
segurança e política externa.
As regras valem para anúncios que são a favor ou contra os temas sociais com a intenção de promover debate. Propagandas com fins comerciais não terão impacto.
“Acreditamos que a discussão coletiva de temas sociais pode influenciar a maneira como as pessoas pensam sobre um tópico, por isso exigimos mais autenticidade e transparência [nesses] anúncios. Isso permite tomada de decisões mais informadas”, disse a gerente de Programas de Resposta Estratégica, Debs Delbart.
Desde 2018, existem regras de transparência para anúncios de temas políticos ou sobre eleições. Ou seja, se um usuário que administra uma página nas plataformas da Meta, por exemplo, quer fazer uma propaganda sobre um vereador, a big tech exige a verificação de identidade, comprovação da localização e a inclusão do rótulo “pago por”.
Depois que todas as etapas foram cumpridas, o anúncio fica disponível na “Biblioteca de Anúncios”, onde pode ser acessado por até 7 anos. A Meta também informa alguns detalhes sobre quem visualizou o conteúdo.
As regras para anúncios sobre temas sociais estão em vigência na União Europeia e em outros países como Chile, México, Reino Unido e EUA. Recentemente, foram implementadas nas Filipinas por causa da eleição presidencial.
MEDIDAS PARA ELEIÇÕES
Em 12 de maio, a Meta informou que vai criar um centro de operações para as eleições de outubro. Especialistas monitorarão, em tempo real, as publicações feitas nas plataformas que representem eventual interferência no processo eleitoral. O objetivo é evitar a disseminação de informações falsas e o disparo em massa.
Desde fevereiro de 2022, o Facebook e o Instagram têm um canal de queixas dedicado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Essa foi uma das ações estabelecidas em Memorando de Entendimentos.
Em outubro de 2021, a big tech anunciou que as postagens sobre as eleições brasileiras teriam um selo do TSE acompanhado de um link que direciona para o portal da Justiça Eleitoral. O rótulo foi disponibilizado em dezembro.
O anúncio do selo veio durante a divulgação do Facebook Papers, uma série de reportagens baseadas em documentos internos da empresa que demonstram a ineficiência da rede social em lidar com discurso de ódio e desinformação.
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