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No Paraná, casos de SRAGs em crianças inspiram cuidados, aponta boletim da Fiocruz

O estudo retrata à Semana Epidemiológica (SE) 29, período de 17 a 23 de julho

No Paraná, casos de SRAGs em crianças inspiram cuidados, aponta boletim da Fiocruz
Bem Paraná
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Os pais devem estar mais vigilantes com casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. " O cenário indica manutenção de patamar elevado em crianças, contrastando com o sinal de queda lenta na população adulta – o que mostra que a situação ainda é instável e exige cautela", diz o Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira, 3 de agosto. O estudo retrata à Semana Epidemiológica (SE) 29, período de 17 a 23 de julho, o boletim  tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 25 de julho.

O documento destaca o aumento da proteção conferida pelas vacinas de Covid-19 a partir das doses de reforço. O dado adicional dessa edição do estudo visa estimar a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 por grupo etário e situação vacinal dos casos de internações e óbitos.  “As vacinas ajudaram e continuam ajudando a reduzir significativamente o risco de agravamento da Covid, que pode ser cerca de duas vezes maior a depender da faixa etária e status vacinal. A proteção, inclusive, aumenta ainda mais em quem já está com alguma dose de reforço”, explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Na presente atualização, observa-se que apenas nove das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 29: Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os demais estados e o Distrito Federal apresentam estabilidade ou queda na tendência de longo prazo até o mesmo período.

Na região norte o cenário predominante é de manutenção do sinal de crescimento, enquanto no nordeste já se observa interrupção dessa tendência. Na metade Sul do país, diversas unidades da federação estão em situação de platô desde o mês de junho, e a maioria já apresenta indícios de processo de queda, como são os casos de DF, GO, MG, PR, RJ, RS, SC, SP.

Capitais

Nove das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 29: Aracaju (SE), Belém (PA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Teresina (PI). Apesar de algumas capitais das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentarem formação de platô ou já iniciando processo de queda, Curitiba e Florianópolis voltaram a apresentar sinal de crescimento em algumas faixas etárias, especialmente crianças pequenas e idosos. 

Pelos indicadores de transmissão comunitária, apenas duas capitais integram macrorregiões de saúde que apresentam incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto, porém apenas uma capital encontra-se em macrorregião em nível extremamente alto.

Das 27 capitais, nenhuma está em macrorregião de saúde em nível pré-epidêmico, duas estão em macros em nível epidêmico (Cuiabá e São Luís), 21 estão em macros em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória), três em nível muito alto (Brasília, Curitiba e Florianópolis) e uma em nível extremamente alto (Belo Horizonte).

Norte

A Região Norte ainda apresenta uma tendência de alta na incidência da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), cujas hospitalizações estão predominantemente associadas à covid-19 desde o início da pandemia, em 2020. A análise foi divulgada nesta quarta-feira, 3 de agosto, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe, que inclui dados até 30 de julho.

O boletim InfoGripe tem explicado em suas últimas edições que a segunda onda da variante Ômicron, causada por suas subvariantes, chegou primeiro ao Sudeste, Sul e Centro-Oeste, regiões em que também terminou primeiro. No Nordeste e no Norte, o início da onda de infecções começou quase 2 meses depois, o que também levou a descida da curva de casos a ocorrer mais tarde.

O pesquisador Leonardo Bastos explica que, apesar de o cenário ser de tendência de queda na maior parte do país, o cenário ainda requer atenção. "A gente ainda está com indicadores de hospitalizações e óbitos [por SRAG] maiores que o período anterior à pandemia. Já caiu, mas ainda não o suficiente para falar que está tranquilo".

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o Boletim InfoGripe mostra que oito em cada dez casos virais de SRAG foram causados pelo SARS-CoV-2. A prevalência dos demais vírus foi de 1,9% para influenza A, 0,1% para influenza B, e de 5,6% para vírus sincicial respiratório (VSR).

Óbitos

O painel de dados Monitora Covid-19, também mantido pela Fiocruz, mostra que a média móvel de óbitos se manteve acima das 200 vítimas diárias durante todo o mês de julho e continua nesse patamar no início de agosto.

O número representa um aumento em relação a abril e maio, quando chegou ficou abaixo de 100 vítimas em alguns dias. Para Leonardo Bastos, o platô está relacionado à disseminação das subvariantes da Ômicron, que provocaram uma nova onda de infecções.

"O que a gente espera é que, com a queda das hospitalizações, haja uma queda nos óbitos mais pra frente, mas o quanto mais a frente não dá para saber", disse. "A gente espera que a queda nas hospitalizações no Sul e Sudeste se reflita nos óbitos daqui a pouco, daqui a algumas semanas", acrescentou.

O pesquisador explica que ainda é difícil mensurar o impacto do inverno durante a onda de casos causada pelas subvariantes, “porque a covid-19 ainda não possui um comportamento endêmico descrito que pode ser tomado como base”.

"A gente acredita que há esse efeito climático, porque o clima afeta o nosso comportamento, favorecendo a transmissão de vírus respiratórios. O inverno também contribui. Agora, o quanto é do inverno e o quanto é das novas variantes a gente não consegue separar ainda", disse o pesquisador.

FONTE/CRÉDITOS: Bem Paraná
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