Em entrevista à agência Reuters nesta quarta-feira (22), o ministro do Meio Ambiente e Clima da Noruega, Espen Barth Eide, afirmou que o seu país está pronto para retomar os pagamentos ao Fundo Amazônia, caso o presidente Jair Bolsonaro seja, de fato, derrotado nas próximas eleições, como indicam as pesquisas de opinião.
“Se for como mostram as pesquisas e houver uma mudança (de governo) no Brasil, temos grandes esperanças de que possamos retomar rapidamente uma parceria boa e ativa”, disse o ministro. Ele também acenou indiretamente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal candidato de oposição à sucessão de Bolsonaro.
“O que eles disseram, do lado da oposição, foi muito positivo”, disse o ministro. Ele acrescentou que o trabalho no fundo pode ser retomado “muito rápido”, em questão de “semanas ou meses”. A condição é que a oposição “faça o que diz que vai fazer”.
A Noruega é a principal financiadora do Fundo Amazônia. Entre 2008 e 2018, o país repassou 1,2 bilhão de dólares ao fundo, que financia políticas de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. Com apoio financeiro, as taxas de desmatamento diminuíram durante esse período.
O fundo, no entanto, foi congelado em meados de 2019, após as taxas de desmatamento da Amazônia dispararem desde o início do governo Bolsonaro. Posteriormente, a Alemanha também interrompeu a ajuda financeira ao Fundo Amazônia, por discordar do desmantelamento das políticas ambientais promovidas pelo então ministro Ricardo Salles. Desde então, o Fundo Amazônia não aprovou mais nenhum projeto de preservação ambiental.
Recorde de devastação
Nesta segunda (20), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelou que, somente nos cinco primeiros meses de 2022, a Amazônia perdeu o equivalente a 2 mil campos de futebol por dia de mata nativa. Trata-se, assim, da maior devastação medida pelo instituto, que monitora a Amazônia Legal desde 2008.
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