A Organização Mundial da Saúde (OMS), em novo relatório, fez um alerta de que quase 500 milhões de pessoas vão desenvolver doenças cardíacas, obesidade ou outras doenças atribuídas à inatividade física entre 2020 e 2030.
O documento contém dados de 194 países e mostram um progresso lento das nações para a criação de políticas públicas que possam reverter este quadro.
A OMS destaca que os custos com este problema de saúde pública podem chegar a US$27 bilhões ao ano.
Em entrevista à CNN Rádio, o cardiologista do Imperial College de Londres Ricardo Petraco destacou que o aspecto financeiro é grande novidade do relatório.
“Falamos de bilhões de dólares, quando esta cifra é apresentada aos governos, é mais provável que eles ajam de forma mais veemente nesta questão”, disse.
Segundo ele, a “OMS tenta esclarecer que temos que fazer alguma coisa, a prevenção é algo mais barato do que tratar diabetes, derrame e infarto.”
O desafio, para Petraco, é enorme, já que “estamos vivendo um estilo de vida pós-pandemia que não favorece a atividade física.”
“A gente senta no computador, usa o telefone para tudo, faz tudo virtualmente, até compras no supermercado.”
Ele defende que a mudança de mentalidade não deve depender apenas do governo, mas passa pela educação das crianças nas escolas e dentro de casa.
O cardiologista explica que a atividade física não significa virar um maratonista ou tenista profissional.
“A recomendação é de 150 minutos por semana de exercício moderado ou 75 minutos de mais intenso, mas não adianta nem suar. O segredo para trabalhar o sistema cardiovascular é de 2 a 3 vezes por semana, de 20 a 30 minutos, mas com intensidade alta, que você saia suado e cansado”, disse.