Um levantamento realizado pela CNN apontou quem são os pré-candidatos ao governo estadual e ao Senado pelo Paraná nas eleições 2022. Vale destacar que os partidos podem mudar as indicações até 5 de agosto, quando acaba o prazo para a escolha de candidatos e candidatas.
O atual governador, Carlos Roberto Massa Júnior (PSD), o Ratinho Júnior, de 40 anos, é filho do apresentador Ratinho. Graduado em Marketing e Propaganda, trabalhou desde muito cedo como comunicador, em veículos do conglomerado do pai. Com 21 anos, foi lançado na política, tendo ocupado cargos de deputado estadual e federal – além de ter disputado a prefeitura de Curitiba, em 2012, marcando sua única derrota nas urnas. Após um período como secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, de 2015 a 2017, venceu a disputa pelo governo estadual em 2018, no 1º turno, com 59,99% dos votos.
O principal nome de oposição à tentativa de reeleição é Roberto Requião. O veterano vinha negociando filiação com vários partidos, como o PSB, mas se filiou ao PT, legenda da qual se aproximou após deixar o MDB por ter perdido poder na executiva estadual e ser contrário à ala que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Uma das maiores referências da política paranaense, Requião, de 81 anos, já foi deputado estadual, prefeito de Curitiba, governador por três mandatos e mais recentemente senador. Atualmente está sem cargo público após não conseguir se reeleger em 2018. Formado em Jornalismo e Direito, é reconhecido pela forte relação com expoentes da esquerda. Integrante de família tradicional da política, também conta com o filho, Maurício Thadeu de Mello e Silva (MDB), conhecido como Requião Filho, líder da oposição na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), e tem um sobrinho, João Arruda (MDB), que já disputou várias campanhas.
Apesar da proximidade entre Bolsonaro e Ratinho Júnior, o deputado federal Filipe Barros (PL) confirmou a pré-candidatura em janeiro. Barros é deputado federal de 1º mandato e se manteve fiel ao presidente nos anos em que esteve em Brasília. Graduado em Direito, ficou reconhecido por ser ativista crítico ao aborto. Foi integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e acabou eleito vereador de Londrina em 2016.
Como parlamentar em Brasília, ganhou notoriedade por ser crítico às medidas de isolamento social durante a pandemia. É investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por um suposto vazamento de dados sigilosos sobre as urnas eletrônicas e também no inquérito das Fake News. Ele alega que se trata de uma “perseguição política”.
Já o PSOL lançou a pré-candidatura da professora Angela Machado, que ficou conhecida como a imagem emblemática do confronto entre profissionais da educação e a Polícia Militar no dia 29 de abril de 2015, no Centro Cívico da capital paranaense.
Angela, que trabalha em escola pública, disputou as últimas três eleições tentando ser vereadora e deputada estadual, mas não foi eleita. Em 2020 foi candidata em um mandato coletivo, sem sucesso. A pré-candidatura da professora amplia o racha do partido de esquerda no Paraná, já que uma ala pretende participar ativamente de uma “frente ampla” de enfrentamento ao atual governador e outra acredita que o melhor caminho é a candidatura individual.
Entre os pré-candidatos que se apresentaram até o momento está o ex-prefeito de Guarapuava Cesar Silvestri Filho (PSDB), que busca recuperar o poder histórico que os tucanos têm no Paraná, mas atualmente impactado pelo desgaste da imagem do ex-governador Beto Richa, que foi preso por diversas acusações de corrupção em 2018 e acabou não conseguindo ser eleito para o Senado naquele mesmo ano.
Formado em Direito e também ex-deputado estadual, Silvestri Filho comandou de 2013 a 2020 uma cidade de 182 mil habitantes. Estava filiado ao Podemos, mas deixou a presidência estadual da sigla após acordo com o governador de São Paulo e postulante à presidência João Doria (PSDB) que queria ter um palanque no Paraná e viu no político uma forma de dificultar a estrada para a reeleição do atual chefe do executivo paranaense.
Vale destacar que os partidos podem anunciar candidatos ou mudar as indicações até 5 de agosto, quando acaba o prazo para a escolha de candidatos e candidatas.
Os pré-candidatos ao Senado
Entre os pretendentes ao Congresso, o nome mais conhecido é do ex-governador e atual senador Álvaro Dias (Podemos), que está no cargo desde 1999 e chegou a disputar a presidência em 2018.
Formado em história, foi reeleito, em 2014, para o 3º mandato consecutivo entre os 81 senadores com 77% dos votos. Já passou por vários partidos, como MDB, PSDB, PDT e foi um dos fundadores do Podemos. Irmão do também político Osmar Dias (PDT), que é ex-senador, defende pautas voltadas ao combate à corrupção e ao endurecimento de punições aos agentes políticos que cometerem crimes. É o autor do Projeto de Emenda à Constituição que pede o fim do foro privilegiado.
Quem deve disputar a atenção do governador com Alvaro é o ex-chefe da Casa Civil, Guto Silva (PP), que deixou a pasta para se preparar para o pleito. Empresário de 45 anos, Guto foi o braço direito de Ratinho Júnior durante o mandato.
Atualmente ocupa uma cadeira na Alep e tem buscado formas de ganhar visibilidade para concorrer com o senador em busca da reeleição. Recentemente se encontrou com o presidente Bolsonaro na tentativa de se cacifar como representante governista na disputa ao Senado.
Quem também tem sinalizado a intenção de disputar o Senado é Luiz Cláudio Romanelli (PSD), deputado estadual de 5º mandato. Formado em Direito, tem 65 anos e ganhou projeção por ocupar a liderança do governo na casa legislativa tanto na gestão Beto Richa (PSDB), como na atual.
O ex-governador Orlando Pessuti (MDB), de 69 anos, também se colocou à disposição para concorrer, mas enfrenta dificuldades dentro do próprio grupo, já que foi vice de Roberto Requião e as alas da legenda discordam sobre os caminhos que devem tomar em 2022. Se for definido um apoio à reeleição de Ratinho Júnior, Pessuti pode concorrer a uma vaga de deputado ou mesmo não sair a cargo nenhum. Atualmente seu filho, Bruno Pessuti (MDB), é vereador em Curitiba.
O deputado federal Paulo Martins (PL) é outro que busca conseguir apoio para disputar a vaga ao Senado. Jornalista, ficou conhecido por fazer comentários políticos nas mídias do conglomerado Massa, administrado pelo apresentador Ratinho. Chegou a ser acusado em 2018 e 2019 de espalhar fake news, tendo seu perfil removido de uma rede social por “divulgação de notícias falsas”. Ele se denomina como “alguém que luta por valores conservadores e liberais”. É um defensor do fim do estatuto do desarmamento e já viralizou algumas vezes nas redes sociais com comentários considerados polêmicos em um programa de televisão.
Também buscando dar palanque ao presidente Bolsonaro, a deputada federal Aline Sleutjes (Pros), que é vice-líder do governo no Congresso, deve ser mais uma voz da direita na disputa local. Tendo ocupado cadeiras como vereadora, está no 1º mandato de deputada federal e foi a única mulher do PSL, seu então partido, eleita no Paraná.
Considerada uma das mais fiéis aliadas de Bolsonaro, teve seu nome atrelado aos atos antidemocráticos em 2020 e teve seu sigilo bancário quebrado na investigação que busca descobrir os financiadores dos ataques à democracia e às instituições.
Já pela ala esquerda, o nome que pode vir do PT é o ex-deputado federal Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha. O médico é uma das maiores lideranças da sigla no estado e foi um dos principais organizadores do Acampamento Lula Livre, em frente à Polícia Federal no período em que o ex-presidente esteve preso. Em 2018 chegou a disputar o governo, mas acabou sendo derrotado por Ratinho Júnior. Seu nome recebe apoio de políticos, como Gleisi Hoffmann, atual presidente nacional do PT e deputada federal.
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