Mais de 94 mil escolas públicas brasileiras apresentaram dificuldades em realizar todas as atividades pedagógicas determinadas pelo Ministério da Educação durante a pandemia de Covid-19, período que as aulas remotas foram implementadas.
O número representa 93% de todas as unidades da rede de ensino, que engloba as escolas municipais, estaduais e federais do país.
Os dados são da pesquisa divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), entidade ligada ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI).
Todas essas instituições públicas de ensino apontaram a falta de dispositivos tecnológicos – computadores e celulares – como o principal impeditivo para a realização de aulas online durante a crise sanitária. A falta de acesso à internet também foi citada pela mesma quantidade de escolas.
O terceiro obstáculo mais recorrente relatado pelos diretores das escolas foi a “adversidade enfrentada pelos pais e responsáveis para apoiar os alunos nas atividades escolares”, questão assinalada por 92% das unidades de ensino.
Logo em seguida os dirigentes relatam a dificuldade das próprias escolas em auxiliar os alunos que vivem em áreas isoladas ou em condição de vulnerabilidade social.
“No Brasil, um dos grandes desafios para a continuidade do ensino na pandemia foi a desigualdade de acesso a dispositivos e à Internet pela população brasileira nos domicílios. Nesse sentido, os dados da pesquisa indicam que, embora 83% dos domicílios tivessem acesso à Internet, quase a metade destes não dispunham de computador em casa e 16% não tinham nem computador nem Internet”, destaca um trecho da pesquisa.
A falta de familiaridade dos professores com os dispositivos tecnológicos também representou uma dificuldade na realização das atividades pedagógicas durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o estudo, 63% dos educadores alertaram a pouca habilidade para utilizar esses recursos durante as atividades remotas. Entre os principais obstáculos, o pouco conhecimento com as plataformas de reuniões virtuais, como Skype e Zoom, foi o mais citado pelos profissionais de ensino.
Com o intuito de solucionar os problemas, algumas escolas públicas brasileiras disponibilizaram instrumentos para conduzir o ensino à distância por alguma modalidade, seja via rádio, televisão, materiais de aprendizagem à distância ou plataformas on-line.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, disponibilizou videoaulas gravadas que foram ao ar em um canal aberto, mas essa não foi uma realidade para a maior parte dos estudantes.
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