Um levantamento realizado pela startup Loft mostra que os moradores de Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) são os que mais utilizam aplicativos para se deslocar e pedir entregas na América Latina.
Segundo o estudo, as cidades brasileiras lideram no percentual de pessoas que mais usam transporte por aplicativo para mobilidade. Belo Horizonte está em primeiro lugar com 54%.
São Paulo e Rio de Janeiro aparecem logo em seguida, com 45% e 44%, respectivamente. Em Caracas (Venezuela), por exemplo, apenas 12% da população usa o serviço com frequência, ocupando a última posição do ranking neste quesito.
“É sabido que as capitais possuem melhores condições de conectividade. Apesar de não termos feito a pesquisa comparativa com as cidades menores, faz sentido que a maior conectividade em grandes cidades faça com que as pessoas utilizem mais serviços nelas”, diz Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.
O aluguel de bicicletas via aplicativo tem uma incidência significativamente menor e é utilizado sempre ou quase sempre por 9% dos paulistanos, percentual semelhante ao encontrado em Belo Horizonte (8%) e na Cidade do México (7%).
Percepção
De acordo com o levantamento, os moradores de Belo Horizonte (56%), Rio de Janeiro (48%) e São Paulo (47%) são os que mais acreditam que a tecnologia ajuda a melhorar o trânsito nas cidades.
Na capital paulista, por exemplo, essa percepção é maior entre as classes A e B (54%) do que entre as classes C e D/E (42% e 40%, respectivamente). Na comparação de gênero, os homens têm uma percepção mais positiva (54% contra 40%).
“Quisemos focar mais o quanto os latino-americanos usam aplicativos para melhorar a sua vida cotidiana. O quanto as pessoas veem um aplicativo como forma de melhorar, por exemplo, a sua forma de locomoção nas cidades, ou como receber entregas em casa”, afirma Takahashi.
Consultas
Outro recorte feito pelo levantamento trata sobre os usuários que consultam aplicativos de indicação de trajeto, seja por transporte público ou a pé.
Em primeiro lugar aparece Belo Horizonte, onde 52% da população consulta sempre ou quase sempre itinerários de transporte público por meio de aplicativos. O estudo diz que esse tipo de informação é acessado com maior frequência pela classe C (58%), mas também é explorado pelas classes A e B (48%).
A capital mineira lidera o ranking nesse quesito – tem a população que mais consulta trajetos e itinerários de transporte público via app. São Paulo e Buenos Aires completam as três primeiras colocações, com 44% e 41%, respectivamente.
Para Takahashi, o dado corrobora para a avaliação de que a população compreende que a tecnologia auxilia em atividades já feitas antes, como é o caso do uso do transporte público, uma vez que o usuário já planeja, previamente, seu trajeto.
“Ônibus e metro são anteriores aos smartphones. Percebemos que as pessoas já fazem isso [consultas] até antes de sair de casa, já está se programando, ganhando tempo, saí de casa e consegue melhorar sua programação”. Além disso, segundo ele, os aplicativos também servem como atenuantes para “problemas de infraestrutura”.
Com cada vez mais facilidade de acesso à tecnologia, mais pessoas passaram a pesquisar maneiras eficientes de se locomover também a pé. Nesse sentido, Cidade do México (48%), Guadalajara (40%) e Buenos Aires (36%) lideram. Em seguida estão Belo Horizonte (35%), São Paulo (34%) e Rio de Janeiro (30%).
Produtos e serviços
A pesquisa também mostra as capitais brasileiras à frente quando o assunto é produtos e serviços. Cerca de 65% dos moradores de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo acreditam que a tecnologia melhora a oferta de produtos e serviços nas cidades em que vivem. Dessa vez, Caracas, na Venezuela, empata com as metrópoles brasileiras.
As três cidades brasileiras lideram, por exemplo, pedidos de refeições via aplicativo. Em Belo Horizonte e São Paulo, 45% dos moradores fazem pedidos de refeições via aplicativos em casa sempre ou quase sempre, percentual semelhante ao observado no Rio de Janeiro, com 42%.
Os mineiros e os cariocas são os que lideram também dos pedidos de mercado e farmácia via apps. Um em cada quatro belo-horizontinos (25%) compra ou já comprou alimentos e bebidas por meio de um aplicativo. E quase a metade dos cariocas (45%) já recorreu a um app para compra de medicamentos e outros itens de farmácia.
O levantamento ouviu 4,5 mil pessoas com 18 anos ou mais, das classes A, B, C, D e E, entre o fim de maio e o início de junho, nos dez maiores centros urbanos da América Latina.
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