A greve dos professores da Unioeste (Universidade do Oeste do Paraná) entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (17) e a suspensão das aulas dos diversos cursos continua provocando preocupação dos cerca de 14 mil acadêmicos dos cinco campi da universidade; mesma preocupação de todas as outras universidades estaduais que somam mais de 80 mil acadêmicos em todo Paraná. Ontem (16), a reportagem do Jornal O Paraná conversou com o reitor da Unioeste, Alexandre Weber, que garantiu que “os alunos não serão prejudicados” e que todas as aulas perdidas serão repostas. Nos cinco campi são aproximadamente 1,2 mil professores.
Weber deixou claro que há seis anos a categoria não recebeu nenhum reajuste, apenas um índice de 2% que acabou sendo diluído no aumento de contribuição previdenciária que passou de 11% para 14%, mudança que ocorreu em todo o país. “Mesmo durante a pandemia os poderes Legislativo e Judiciário tiveram reajustes, mas nós perdemos”, falou. Além disso, o reitor reforçou a decisão do Governo do Estado, que preferiu não corrigir o plano dos professores.
Na semana passada alguns reitores, entre eles o próprio Alexandre, estiveram em Curitiba e em conversa com o governador, estavam tentando negociar melhorias, mas que acabou agora travando com a greve. Ainda não existe uma previsão de negociação entre sindicato e governo.
“Altos Salários”
Sobre a questão dos “altos salários” que podem ser consultados no Portal da Transparência do Governo, o reitor reforçou que isso não é da maioria e que os mais altos são de médicos que, além de serem professores, atual no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) e ainda nas clínicas de saúde ligadas a Unioeste. Ele deu um exemplo, de um professor com oito anos de carreira que, com doutorado, o salário máximo chega a R$ 18.329,00, acrescido de gratificações do Plano de Carreira, como os quinquênios, especificando ainda que os abonos podem chegar a 25% no decorrer do tempo de serviço de cada professor. Segundo Alexandre Webber, o salário “era para estar muito melhor”.
Nota do Editor
Informações e valores referentes aos salários dos professores lotados na Unioeste foram extraídos do Portal de Transparência do Governo do Paraná, são públicos e podem ser consultados por qualquer cidadão, porém, nomes foram omitidos. Apesar das explicações do reitor Alexandre Webber de que salários com valores mais expressivos se tratam de médicos que também atuam no Huop, nem todos os valores reproduzidos nesta edição são de professores que também estão classificados como “plantonistas”. Alguns dos valores são referentes apenas a atuação como professor, segundo os holerites no portal.