A indústria nacional de eletroeletrônicos registrou elevação de 13% nas vendas no primeiro semestre de 2023 em comparação a igual período do ano passado. Foram comercializados 44,02 milhões de unidades nos seis primeiros meses do ano, ante 39,07 milhões em 2022. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (10), são da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
De acordo com a entidade, o crescimento em 2023, registrado desde janeiro, interrompeu um dos piores ciclos do setor. As vendas de eletroeletrônicos nacionais vinham registrando 18 meses de quedas consecutivas. “Se o segundo semestre se mantiver dentro da média histórica de desempenho do segmento, podemos prever um crescimento anual entre 4% e 6% em relação a 2022”, disse o presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento.
Juros altos
De acordo com o Nascimento, os juros permanecem sendo um dos principais obstáculos para a retomada das vendas no setor. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em em 13,75% ao ano. Esse patamar impacta, de acordo com Nascimento, especialmente o comércio de produtos de grande porte, como geladeiras, televisores, fogões e máquinas de lavar roupas, que são vendidos majoritariamente financiados.
“Com maior estabilidade na inflação, nos custos das matérias-primas e do frete, reduzir os juros passa a ser uma prioridade para todo o setor produtivo”, destacou. “As dificuldades no acesso e o custo do crédito prejudicam a indústria e o varejo”, complementou.
Maiores altas
A air fryer, ou fritadeira a ar, foi o eletroeletrônico cujas vendas apresentaram o maior crescimento no primeiro semestre. Assim, a comercialização do produto ficou 85% acima do registrado entre janeiro e junho de 2022. Já a linha branca, composta, principalmente, por geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupas, registrou alta de 4% nas vendas.
As vendas de aparelhos de ar condicionado apresentaram alta de 16% no comparativo semestral com o mesmo período de 2022. Do mesmo modo, a venda de televisões teve alta de 19% registrada no primeiro semestre de 2023.
Conforme a Eletros, os resultados podem representar uma reviravolta nas expectativas da indústria, caso se sustentem no segundo semestre. “Estamos avaliando se os bons resultados se formarão como uma tendência ou se referem à reposição dos estoques pelo varejo”, ressalvou Jorge Nascimento.
Comentários: